A definição do conceito de “Representações Sociais” para Moscovici é a
seguinte.
“Por representações Sociais entendemos um conjunto de conceitos,
proposições e explicações originado na vida cotidiana no curso de comunicações
interpessoais. Elas são o equivalente, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas
de crença das sociedades tradicionais; podem ser vistas também como a visão contemporânea
do senso comum”.
(Moscovici, 1989. Pág.181)
Jodelet possui uma definição mais detalhada que é.
“Uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, tendo
uma visão prática e concorrendo para a construção de uma realidade comum a um
conjunto social”.
(Jodelet.
1989. Pág.36)
Para Guareschi são vários os elementos que estão presentes na concepção
de RS.
“Nelas há elementos dinâmicos e explicativos, tanto na realidade
social, física ou cultiral: elas possuem uma dimensão histórica e
transformadora; nelas estão presentes aspectos culturais, cognitivo e
valorativo, isto é ideológico. Estes elementos das representações sociais estão
sempre presentes nos objetos e nos sujeitos; por isso as RS são sempre
relacionais, por tanto sociais”.
No processo de RS, existem Três elementos, que são de fundamental
importância o conhecimento, para assim, se compreender melhor o conceito de RS,
principalmente quando esses elementos estão interligados, que são; a cognição,
o afeto e a ação.
Desses três conceitos poderíamos “em parte” da uma definição do que
seria o “homem”, pois são características intrínsecas a qualquer “ser humano”.
Vejamos cada um deles.
Cognição: somos possuidores de um cérebro, que no qual
acreditamos ser o responsável por engendrar nossa consciência, que por sua vez
possui uma diversidade de propriedades tais como; consciência do eu,
pensamento, imaginação, sonhos, raciocínio, memória, percepção, capacidade de
trabalhar com conceitos dentre outras características. Todas essas
características podem ser sintetizadas no conceito de cognição que por sua vez
pode ser definida “como as capacidades intelectivas (cognitivas), que uma
pessoa dentro do padrão considerado normal possui”. essa é uma definição pessoal que pode claro ser modificada e aperfeiçoada.
Afeto: somos por natureza seres emotivos, emoções essas que
podem até variar em intensidade e diversidade, porém, é impossível se pensar em
alguém, que não possua esse tipo de sensação. Posso listar aqui algumas dessas
emoções como: amor, paixão, ciúme, ódio, tristeza, alegria, melancolia,
frustração, carinho, baixa estima, alta estima e várias outras sensações.
Queria frisar aqui a extrema importância do afeto na construção da
“personalidade”,(entendendo-se aqui, como o conjunto de todas as
características que um indivíduo possui, sendo, o que o define como um todo, o
que ele é), pois, a tendência maior de uma pessoa, que não recebeu o afeto
adequado, é que adquira uma alteração
negativa em sua personalidade, (incluindo é claro o aspecto cognitivo) do
contrário, absorverá somente o que há de positivo pra ela pra as pessoas com as
quais convive, respeitando assim, determinados valores que existem em seu
contexto.
Ação: a ação, está extremamente ligada as “necessidades
existências” que possuímos, incluindo aí, não só o “trabalho”,(extrair da
natureza e transformar o material para o consumo) mais também, as diversas
formas de relações que temos com as outras pessoas como: a amizade, o namoro,
as relações profissionais, entre pai e filho e muitas outras.
Esses três conceitos fazem parte de cada um de nós, com tudo, quando
estamos inseridos em uma determinada sociedade, interagimos com as outras
pessoas e com certos objetos, formando, assim, a teia de representações sociais
que esse grupo constitui, ou seja, os valores, os códigos, os significados...
A importância de se estudar e compreender a teorias das RS, está no
fato de podermos entender, o porquê, de certos comportamentos, assim,
estaríamos conscientes do porque do comportamento das pessoas e dos nossos,
evitando assim, agir de forma alienada, desvirtuada. O que é interessante
frisar aqui, é o poder que os significados possuem, em influenciar o
comportamento das pessoas de um determinado grupo, posso citar aqui, como
exemplo, os detentos de um presídio, entre eles existem certos “signos” que
contribuem para um afunilamento (condicionamento) de determinadas ações. Cabendo a todos os
responsáveis do assunto identificar e analisar o significado que esses signos
possuem para eles e dessa forma descondicioná-los e mostrar uma melhor maneira
de perceber e conceber tais significados. Acredito um trabalho muito difícil,
mas não impossível bastando para isso apenas a vontade do estado e dos
estudiosos do assunto que também não deixa de ser difícil de ocorrer. Então aí
mais uma coisa que nos leva a aceitar a importância do estudo das RS, que podem
ser usadas para, pelo menos minimizar alguns problemas sociais.
Segundo o texto o existem na sociedade duas formas de diferentes de
universos de pensamento um é o “universo reificado”, que seria o universo
cientifico com suas teorizações e objetividade na qual os membros possuem
diferentes papeis e classes e por sua vez são desiguais.
O outro é o “universo consensual”, são as idéias que constituem o senso
comum com suas praticas interativas do senso comum e que por sua vez são vistas
como pessoas iguais e livres, cada uma com possibilidade de falar em nome do
grupo.
O texto comenta sobre as noções de “ancoragem” e “objetivação”, nos
quais relacionam os universos consensuais e os reificados.
Ancoragem é o processo pelo qual procuramos classificar,
encontrar um lugar, para encaixar o não familiar. A ancoragem seria, então, um
contra peso com o receio que possuímos de aceitar o estranho e o diferente,
pode ser dado o exemplo dos gays que num primeiro instante pode nos parecer
diferente e nos causar receio, preconceito, com a assimilação ou nesse contexto
com a ajuda da ancoragem, que de certa forma é uma função psicológica, nos
aceitaríamos os gays da maneira que são.
Objetivação é o processo pelo qual procuramos tornar concreto,
visível, uma realidade, ou seja, quando possuímos certos conceitos que parecem
distantes e abstratos, procuramos de alguma forma traze-lo para a nossa
realidade, pode ser dado o exemplo da influência que os Deuses no mundo Grego
antigo tinham na vida cotidiana das pessoas.
Segundo Morgan “os grupos
focais se prestam, pois, se prestam muito bem para a finalidade de se chegar mais
próximo as compreensões que os participantes possuem dos tópicos de interesse
do pesquisador”. Pode-se além disso
perceber porque as pessoas pensam da forma que pensam.
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